30 outubro 2010

1986

Uma foto de Rui Reininho, nos anos 80

A contracapa do novo CD dos LONG DESERT COWBOY

A capa do novo CD dos LONG DESRT COWBOY

Diário de Notícias- Reportagem sobre os 50 anos do primeiro disco de Rock português

1986

Reportagem sobre os CASINO TWIST numa revista dos anos 80

Um poster dos GUARDA BRANCA, saído na revista Plateia, nos anos 80

Um cartaz do Festival de Vilar de Mouros /71

REVISTA BLITZ

A revista Blitz de Novembro não tem uma única palavra para o novo CD dos UHF ("Porquê?").
Não será muito de estranhar porque os UHF não fazem parte das capelinhas onde se movimentam os jornalistas musicais da nossa praça.
Num número anterior, a propósito dos U2, foram descobrir , não sei como, que o melhor concerto do Festival de Vilar de Mouros /81 foi o desses mesmos U2.
Nem se deram ao trabalho de ler o livro de Fernando Zamith "Vilar de Mouros- 35 Anos de Festivais", onde os entrevistados que estiveram (realmente) em Vilar de Mouros são unânimes em referir que o melhor concerto foi o de Tom Robinson.
Aliás, referem vários concertos na Blitz , sobre esse ano de 81 em Vilar de Mouros e nem uma linha sobre Tom Robinson.
Anda assim o nosso jornalismo musical. Depois aparecem montes de asneiras (e das grossas) como verdades absolutas...

25 outubro 2010

Entrevista com os FACE OCULTA

1 .Há quantos anos existem os Face Oculta? E qual a média de idades dos membros da banda?(Alexandre): A banda faz 3 anos em Maio do ano que vem. A média (aritmética) de idades é de 28 anos.
2. Os Face Oculta só cantam em português? O que pretendem comunicar com as letras das vossas canções?(Alexandre):Sim, os nosso originais são todos em português. Pretendemos expressar sentimentos diversos, desde os mais extremos aos mais periféricos. Usamos metáforas e figuras míticas para lhes conferir uma aura poética.
3. Não é muito comum uma banda de rock em Portugal ter um instrumentista do sexo feminino. Qual a reacção do público ao facto de haver na banda uma guitarrista?(Alexandre): Actualmente até temos duas instrumentistas do sexo feminino.
(Cátia): O público reage com admiração, pois como dizes, não é muito comum. Além disso, sou bastante jovem, o que proporciona algum interesse e curiosidade por parte do público.
(Yolanda): Eu noto que a primeira reacção é de admiração, mas depois acabam sempre por reagir de forma bastante carinhosa.
4. Tem sido difícil à banda conseguir impor-se no circuito de concertos, em Portugal? E como surgiu a oportunidade de conseguir datas em Espanha?(Yolanda):Não tem sido difícil, aliás, tem sido um processo normal. Portugal tem muitos locais para tocar, e nós já percorremos o país quase todo. Datas em Espanha... Espanha fica mesmo aqui ao lado!
5. A banda inscreve-se no estilo "heavy rock". Em Portugal há muitos apreciadores deste estilo de música (os "headbangers"). São só esses que frequentam os vossos concertos ou o público é mais abrangente?(Telmo): O público é muito diversificado. Temos pessoas de várias faixas etárias, vários estilos e gostos musicais. Não temos apenas "um tipo" de público, até porque isso nos limitava.
(Alexandre) : O público adere por diversas razões: Uns porque gostam do nosso "heavy rock", outras porque cantamos em Português, etc. Portanto não há apenas "um" tipo" de público, o que até se entende porque o nosso som não se enclausura num único estilo ou padrão. Somos "alquimistas", o que faz com que o nosso som seja diversificado. Neste momento estamos no Norte do país, onde demos um concerto ontem, e posso dizer-te que havia lá todo o tipo de pessoas: ambos os sexos, várias idades e vários estilos.
6.O que pensam do estado actual da música, em geral, no nosso país?(Yolanda): Existem muitas bandas no nosso país. Embora haja qualidade, poderia haver mais apoio por parte das entidades competentes ( Câmaras Municipais, Ministério da Cultura, etc) e há cada vez menos eventos e iniciativas com boas condições.
(Alexandre): Creio que continua a haver muita importação cultural. Achamos que o que vem de fora é sempre melhor, e hoje em dia sabemos que já não é bem assim. Portugal corre o risco de ficar sem boas bandas / músicos num futuro breve, pois há já algumas bandas a virar as costas ao nosso país e a procurar editoras e managments para se lançarem lá fora.
7. Numa época em que tudo é lançado pela Internet, porque decidiram editar um EP em formato físico?(Cátia) - Ainda somos humanos, não somos robots. Hoje em dia a juventude está muito dependente da tecnologia e isso cria um distanciamento entre o que é real e o que é virtual. Não se devia perder o espírito que havia há uns tempos atrás em que o pessoal saía para a rua e convivia, e as pessoas estavam mais próximas umas das outras.
(Alexandre): A internet tem muitas vantagens, tal como a divulgação, etc, mas para nós, isso não chega. A melhor forma de divulgarmos o nosso trabalho é a dar concertos ao vivo, e vender o nosso EP, em formato físico e conviver de perto com as pessoas. Costumo dizer que fazemos amigos por esse Portugal fora. Mas não amigos como os do "Facebook", mas sim daqueles que nos abraçam quando nos vêem.
8. Quais são os grupos portugueses (de várias épocas) que consideram que vos possam ter influenciado?(Alexandre): A verdade é que até nem nos influenciaram. Escrevemos em português para que a mensagem seja mais directa e porque amamos a nossa língua. De resto, talvez sejamos influenciados, isso sim, pela génese do rock mais pesado dos primórdios dos anos 80, mas não por nenhuma banda em particular. Lembro-me, na minha juventude de ouvir ( e ver também) algumas bandas mais pesadas, os NZZN, os STS Paranoid, os Xeque-Mate, etc, que na altura eram grandes bandas e cantavam em português. O público amava-os porque se identificava com as suas letras. Costumam referir-nos essas bandas quando nos ouvem, o que é motivo de grande orgulho para nós.
9. Qual é a formação actual dos Face Oculta?Alexandre - Guitarra solo e voz
Cátia - Guitarra ritmo e voz
Telmo - Bateria
Yolanda - Teclados
10. O nome da banda é bastante mediático, devido ao processo judicial com o mesmo nome. Acham que este facto vos poderá beneficiar ou prejudicar?A banda existe antes desse termo policial ser público. Nem nunca nos prejudicou nem beneficiou. Embora, quando rebentou o escândalo, alguma imprensa nos tivesse procurado para saber se tínhamos alguma inspiração relacionada com o caso.
Obrigado e continuação de bom trabalho para o vosso blog

23 outubro 2010

Uma foto da guitarrista dos FACE OCULTA

Uma foto dos FACE OCULTA

Uma foto da teclista dos FACE OCULTA

A capa do EP dos FACE OCULTA

Biografia da banda FACE OCULTA

Antigamente, os alquimistas combinavam elementos de química, metalurgia, misticismo arte e religião com o objectivo de obter a pureza e a imortalidade. O som desta banda é um "heavy rock alquímico", uma liga heterogénea entre um background “old school” e, uma sonoridade heavy /stoner / progressiva, mas com letras poéticas, sempre em português. Estes são os Face Oculta, uma banda com uma atitude séria, empenhada em tocar ao vivo, e com uma palavra a dizer no meio underground actual. Oriundos de Corroios/ Setúbal, gravaram uma demo em Junho de 2008 intitulada “olhos da escuridão” que lhes abriu algumas portas em termos de concertos, interesse geral, etc. A formação deste quarteto conta apenas com dois anos de existência, mas apesar de se tratar de uma banda recente, já conta com um número considerável de fãs e alberga um considerável número de concertos ao vivo (cerca de 40 neste momento). Para além de percorrerem um largo circuito de bares da sua zona e outros palcos mais expressivos, esta banda continua imparável. Em Março de 2010 lançaram o seu tão aguardado EP de estreia, "Presságios" no In Live Café, que teve óptimo “feedback” dos fãs e dos media em geral. Este EP está a ser divulgado através de uma tournée por todo o país, bem como algumas cidades espanholas. Esta jovem banda já partilhou o palco com bandas como, Kathaasrsys, Cubo de Mierda, Bucefalo, entre outros.

Os face Oculta são:
Alexandre - voz/ guitarra solo
Katia - voz / guitarra ritmo
Telmo - Bateria
Yolanda - teclados

17 outubro 2010

Review de Luís Silva do Ó do novo CD dos UHF "Porquê" (com a devida vénia)


Após a euforia dos anos loucos, com os jipes a tomarem conta de Portugal, numa corrida ao novo “el dorado” em que o dinheiro fácil de Bruxelas foi pródigo, vivemos anos sucessivamente complicados numa sequência que já ultrapassa uma década de cinzentismo. Os sacrifícios vão aumentando – vão aumentar – e a Europa, que nos encheu de dinheiro, nos fez esquecer os bons hábitos da poupança e nos injectou com vícios consumistas, está agora a exigir rigor enquanto os mais ricos se preparam para sugar tudo o que possam. Portugal, em momento dramático, vê o Banco Central Europeu a emprestar, aos bancos, dinheiro a 1% para, depois, esses mesmos bancos, tal agiotas, multiplicarem o rendimento, vendendo-nos a massa a 6%. É assim o inferno europeu, em que, depois de nos pagarem para não produzirmos ou para afundarmos barcos, nos querem deixar sem tanga e escanzelados. A crise chegou à economia, mas, já tinha entrado em áreas sensíveis. As nossas instituições estão descredibilizadas, decadentes, a Justiça é considerada injusta, pantanosa e o povo está farto, cansado, descrente e sem garra para enfrentar o abismo. O naufrágio português está à beirinha e os UHF deram um passo em frente, viajando pela dura realidade do presente, numa abordagem corajosa, destemida, sem papas na língua e adequada a um povo valente e imortal. Foi, aliás, uma gravação premonitória porque os trabalhos de estúdio decorreram ao longo de quase doze meses e a edição surge no exacto momento em que as medidas mais duras foram anunciadas pelo Governo. O efeito de “Porquê?” começa na música e termina em palavras como aquelas que serviram esta introdução.

O novo álbum de estúdio dos UHF quebra um jejum de cinco anos e consegue surpreender pela agressividade, variedade e forma como António Manuel Ribeiro regressa a um estilo de escrita musical de onde tinha semi-hibernado. Faz muito tempo que nenhum artista português se aventurava pela música interventiva, directa, sem refúgios de qualquer espécie. António Manuel Ribeiro deixou de lado alguma contenção e lançou-se numa epopeia em que recupera o dedo em riste, muito próprio dos seus primeiros tempos de compositor, e que lhe granjeou fãs aos rodos e inimigos em quantidade razoável e duradoira.

Ao longo das últimas décadas, o topo do rock português aburguesou-se, começou a comer nos melhores restaurantes, a vestir a melhor roupa, a aparecer nas revistas cor-de-rosa, a dormir em hotéis de 5 estrelas e passou a compor um roque queque para adolescentes bonitos e bem comportados. A situação não é exclusiva de Portugal, recordo-me dos problemas existenciais de Bruce Springsteen após o sucesso de “Born in USA” porque não se sentia confortável a falar da pobreza quando passara a ser rico. Mas, o “Boss” soube seguir o seu rumo. Como homem do rock não se resignou a ser um mero empregado da música. Foi assim que renasceu diversas vezes, uma das quais com o tocante “The Rising”. Em Portugal, temos artistas a lançarem umas bocas em concertos, a gritarem palavras ocas de ordem contra o Governo, seja ele qual for, porque é popular e dá jeito, e a elogiarem a Autarquia que os contratou, por valores obscenos, com o dinheiro dos impostos pagos por todos nós, deixando cair de podre a cultura e o património local.

Com “Porquê?” a revolução está próxima e, se existisse censura, este disco não tinha sido colocado à venda. E, para felicidade de alguns, António Manuel Ribeiro teria sido detido e interrogado. Ao contrário de muitas das recentes edições discográficas, em que o rock mergulhou na depressão nacional, “Porquê?” regressa ao espírito do rock puro e duro. A escrita das canções cruza momentos brilhantes em temas tão fortes como polémicos. Tudo normal. Não deve ser o rock intrinsecamente polémico, agitador, rebelde e provocador?

Poderia entrar numa descrição faixa-a-faixa, contudo, deixarei essa tarefa para quem consiga reduzir “Porque?” a um conjunto de 12 temas. Não o farei porque a essência é o álbum. Mesmo assim, não resisto a escrever a respeito de quase todas as músicas.

A surpresa de “Porquê?” começa logo na primeira faixa. “Nativos” é António Manuel Ribeiro como o imaginara num disco a solo, experimental, em tons independentes e alternativos. É ele próprio que toca percursão africana e uma enigmática percursão ameríndia cordame enquanto declama de forma intensa e furiosa que “se o coração conhece enganos / aceita a vida / sai da batalha”. O mote está dado com esta entrada enérgica e contundente. A canção seguinte descomprime o ambiente e liberta doses pop-rock com um riff de guitarra à UHF. “Viver para te ver” tem todas as condições para ser o novo single e entrar nas playlists das rádios. A letra é própria de tempos primaveris, a melodia é comercial e o refrão orelhudo.

Muitos daqueles que criticam os UHF não gostam que o grupo grave versões. Mais uma vez, deve ser uma idiossincrasia lusitana, pois, aceitamos bem que os artistas estrangeiros recuperem canções mais antigas, porém, quando em Portugal isso sucede os músicos são, geralmente, acusados de oportunismo, de ganância e de crises de criatividade. Conhecendo a realidade do meio musical português, esperava, apenas, uma versão neste CD, todavia, surpreendentemente, os UHF apresentam-nos duas. Tendo em conta o preconceito existente, admito que tive dúvidas sobre a pertinência de tal decisão, contudo, basta escutar o álbum para compreender a coerência da escolha. A versão para “Vejam bem” demonstra que UHF e as canções de José Afonso são uma óptima combinação. Já acontecera no passado e voltou a suceder. Um notório respeito pelo compositor, a forma emotiva como António Manuel Ribeiro a interpreta, uma guitarra límpida que poderia ser de Hank Marvin, enfim, uma obra de arte. Aposto que “Vejam bem” acabará por sair em single, pois, é impensável ter uma pérola destas num álbum e não a expor ao grande público. A outra versão já é sobejamente conhecida. “O vento mudou” colocou, novamente, na ribalta, um sucesso que tem tanto de antigo como de relevante. Eduardo Nascimento ficou emocionado e vimos Nuno Nazareth Fernandes, o compositor, com uma lágrima no canto do olho num espectáculo a que assistimos na FNAC de Almada. Portugal não pode ignorar a sua história musical continuando a valorizar, sobretudo, aquilo que vem lá de fora. A produção nacional dos últimos 60 anos é relevante e de enorme qualidade e urge voltar a descobrir as nossas cantigas. A recuperação de “O vento mudou” ou de “Vejam bem” é um acto cultural importante para um legado que deve ser redescoberto pelas novas gerações.

“Quero entrar em tua casa” é mais um tema rock com um refrão fortíssimo. Gosto particularmente da bateria do Ivan Cristiano e, talvez por outros sucessos passados, recordo o melhor de Zé Carvalho e de Luís Espírito Santo. Dei por mim, esta manhã, sem motivo aparente, a trautear este perigoso refrão.

“Porquê (português)” surge como a faixa 7 e duvido que seja um fruto do acaso essa numeração. São sete as cores do arco-íris, sete os sábios gregos, sete as virtudes humanas que a Filosofia identifica e sete os dias da semana que percorremos, freneticamente, em ciclos de rotação constante. “Porquê / é a pergunta / que o povo faz / com amargura” afirma António Manuel Ribeiro, enquanto discorre diversos porquês numa canção acutilante e de onde sobressai um ritmado lado acústico com recurso ao acordeão, pandeireta e clave. O refrão é poderoso e sintetiza um sentimento que trespassa toda a obra, “Porquê / outra vez / o naufrágio português”.

Depois… bem, depois temos uma sequência final de arrasar. “A última prova”, “Cai o Carmo e a Trindade” e “Acende um isqueiro” são três temas que nos transportam para outros tempos.

“Acende um isqueiro” podia pertencer a qualquer um dos primeiros trabalhos dos UHF e ganha uma dimensão épica quando a comparamos com a versão gravada no Coliseu de Lisboa. “Vim aqui para cantar / e para vos conhecer / receber o que o povo dá / se o artista merecer”. Os UHF transformaram um acústico intimista numa grande canção rock dedicada a todos aqueles que marcam presença nos concertos e onde António Manuel Ribeiro plana na música num ambiente próximo de Jim Morrison. O baixo de Fernando Rodrigues, algures no minuto 3:30, evoca-me recordações de Carlos Peres ou de Fernando Delaere.

“A última prova” é UHF vintage com a presença de um endiabrado HammondB3, pelas mãos do convidado Manuel Paulo, que nos conduz para uma identidade sonora que funde as raízes dos UHF com linhas clássicas de rock impar. Pedagogicamente, esta canção devia sair no formato de single para que os mais novos tenham contacto com a sonoridade UHF em estado puro. As guitarras de António Côrte-Real fazem a junção histórica de vários guitarristas que passaram pela banda e, mentalmente, vejo Renato Gomes, Rui Rodrigues ou Rui Dias. A avaliação do trabalho de uma banda também se faz pela recordação da sua história e António Côrte-Real tem um desempenho notável neste disco. É essencial que se compreenda que este pode ser um excelente álbum dos UHF, quiçá, talvez mesmo o melhor de todos, porém, isso só sucede porque esta formação está a tocar como nenhuma outra o fizera no passado. “Porquê?” é também um marco individual nas carreiras de Ivan Cristiano, Fernando Rodrigues e António Côrte-Real.

“Cai o Carmo e a Trindade” podia pertencer aos álbuns “Persona Non Grata” ou “À Flor da Pele”. A audição é obrigatória para todos os que gostam e para todos aqueles que detestam UHF. “Eles vão ficar à solta / foi tudo uma ilusão / a malha da rede é grossa” ou “Cai o Carmo e a Trindade / gente fina no pantanal / castos sem castidade / nada se passa de anormal / em Portugal” são, apenas, excertos de uma letra arrasadora e onde os UHF tocam, profundamente, na questão da justiça portuguesa e no facto de ninguém confiar na justiça que temos. A escrita terá sido inspirada no mediático processo “Casa Pia”?

Mas “Porquê?”, apesar da intensidade interventiva, transmite uma ideia de construção positiva do futuro. “Segue em frente / não olhes para trás”, “Não te vás abaixo / se o medo rondar”, “Portugal – somos nós / mil histórias de coragem” são somente alguns dos versos que entoam em “Portugal (somos sós)” a canção escolhida para encerrar este arrojado trabalho. Ainda antes do final do CD, surge um segmento da composição que inicia o álbum. A vida é feita de ciclos e os extremos acabam por se ir tocando mais do que se imagina. Este é, assim, um disco onde o “repeat” faz mais sentido do que numa obra normal. Os UHF deixam-nos essa mensagem de um final, que é, afinal, um novo começo. Não tem sido a carreira dos UHF um retrato fiel disso mesmo?

Comparar a qualidade entre discos espaçados por 20 ou 30 anos não é simples nem sequer aconselhável. A realidade do presente é muito diferente daquela que António Manuel Ribeiro viveu em 1980, 1987 ou 1993 e a tendência que temos é a de valorizar mais o passado e minimizar o presente. “Porquê?” pode não ser o melhor disco dos UHF, porém, andará lá perto. No mínimo, é o álbum com melhor produção da sua carreira, onde João Martins acrescenta valor, é o trabalho mais interventivo e aquele em que o balanço entre canções pop e rock melhor se faz, sem comprometer a qualidade e a coerência da obra. Este disco não é, apenas, um novo álbum dos UHF. É uma pedrada no charco do conformismo, da mediocridade, da falta de rumo que se sente em certos sectores da nossa sociedade. É um grito de revolta numa sociedade bastante diferente da existente em finais dos anos 70. Estará Portugal preparado para dar respostas a “Porquê?”?
Uma coisa é certa, os UHF, aqueles UHF que atingiram o estatuto de lendas do rock português, estão de regresso.

05 outubro 2010

PEIXE: AVIÃO

peixe:avião

Novo CD
Edição 20 de Setembro
Título: “Madrugada”

Alinhamento (títulos ainda provisórios):
01. Tímida penumbra
02. No jogo da quimera
03. Um acordo qualquer
04. Detalhes de um plano
05. Mudar de ideias
06. Murmúrios de um segredo
07. Fios de fumo
08. Luta perdida
09. Prantos de pétalas
10. Palavras que não falam
11. Sentido de calma

peixe : avião
André Covas
José Figueiredo
Luís Fernandes
Pedro Oliveira
Ronaldo Fonseca

Música por peixe : avião
Textos por Ronaldo Fonseca
Bernardo Sassetti Piano em “Detalhes de um plano” e “Palavras que não falam”
Manuela Azevedo Voz em “Fios de Fumo” (gentilmente cedida por EMI Portugal)
Nélson Carvalho Guitarra em “Prantos de pétalas”

Produzido por Nélson Carvalho e peixe : avião
Gravado nos Estúdios Valentim de Carvalho, RSM541A, Sala 6 do Estádio 1º de Maio e
Estúdio Namouche por Nélson Carvalho, peixe : avião e Tiago Sousa ;
Misturado por Nélson Carvalho nos Estúdios Valentim de Carvalho;
Masterizado por Andy VanDette nos Estúdios Masterdisk

www.peixeaviao.com
www.facebook.com/peixe.aviao
www.myspace.com/peixeavião

PEIXE: AVIÃO

Madrugada o dia inteiro
valter hugo mãe

Desenvolvo pelos peixe : avião um daqueles amores inelutáveis, a chegarem de surpresa e a fazerem-me borboletas ouvidos adentro. Desenvolvo pelos peixe : avião uma admiração profunda, assente na maravilha das suas melodias, das suas inteligentes letras, assente na sua sofisticação espontânea, a transbordar de naturalidade, nada pretensiosa, apenas naturalmente vanguardista. Numa primeira imagem, os peixe : avião são uma abundante ostentação de recursos.
Madrugada é a prova dos nove para um dos mais preciosos projectos nacionais. Reiterando o melhor de que são capazes, os peixe : avião superam-se no mais caro dos sentidos, isto é, amadurecendo.
Encontram nos pormenores um cuidado cada vez maior, conseguindo sempre melodias que se agarram à nossa memória como clássicos instantâneos.
Convidando dois dos mais carismáticos músicos portugueses, Bernardo Sassetti e Manuela Azevedo, os peixe : avião revelam juízo em cada opção e mostram o quanto lhes interessa um pop de qualidade.
Sassetti delicado e perfeito como sempre, Manuela Azevedo, a mais apetecível das vocalistas do momento, dotada cada vez mais da versatilidade das grandes cantoras.
Com Madrugada espero que o grande público descubra, de vez por todas, a urbanidade sensível deste projecto de Braga. Espero que o grande público seja também ele sensível à renovação que aqui acontece ao cantar em português, libertando tanto quanto identificando a nossa língua com uma vanguarda toda ela admirável e sofisticada.
Quem não ouve peixe : avião é menos feliz.
Estou há semanas com este novo disco a tocar e é madrugada o dia inteiro. Vicio-me mais e mais, como quem verifica que uma grande obra de arte reserva um mistério para ser descoberto a cada novo confronto. Eu, que ouço esta música, por ouvir esta música, sou mais feliz. Roam-se de inveja ou façam o mesmo. Este disco é para todos.

PEIXE: AVIÃO

Madrugada o dia inteiro
valter hugo mãe

Desenvolvo pelos peixe : avião um daqueles amores inelutáveis, a chegarem de surpresa e a fazerem-me borboletas ouvidos adentro. Desenvolvo pelos peixe : avião uma admiração profunda, assente na maravilha das suas melodias, das suas inteligentes letras, assente na sua sofisticação espontânea, a transbordar de naturalidade, nada pretensiosa, apenas naturalmente vanguardista. Numa primeira imagem, os peixe : avião são uma abundante ostentação de recursos.
Madrugada é a prova dos nove para um dos mais preciosos projectos nacionais. Reiterando o melhor de que são capazes, os peixe : avião superam-se no mais caro dos sentidos, isto é, amadurecendo.
Encontram nos pormenores um cuidado cada vez maior, conseguindo sempre melodias que se agarram à nossa memória como clássicos instantâneos.
Convidando dois dos mais carismáticos músicos portugueses, Bernardo Sassetti e Manuela Azevedo, os peixe : avião revelam juízo em cada opção e mostram o quanto lhes interessa um pop de qualidade.
Sassetti delicado e perfeito como sempre, Manuela Azevedo, a mais apetecível das vocalistas do momento, dotada cada vez mais da versatilidade das grandes cantoras.
Com Madrugada espero que o grande público descubra, de vez por todas, a urbanidade sensível deste projecto de Braga. Espero que o grande público seja também ele sensível à renovação que aqui acontece ao cantar em português, libertando tanto quanto identificando a nossa língua com uma vanguarda toda ela admirável e sofisticada.
Quem não ouve peixe : avião é menos feliz.
Estou há semanas com este novo disco a tocar e é madrugada o dia inteiro. Vicio-me mais e mais, como quem verifica que uma grande obra de arte reserva um mistério para ser descoberto a cada novo confronto. Eu, que ouço esta música, por ouvir esta música, sou mais feliz. Roam-se de inveja ou façam o mesmo. Este disco é para todos.

PEIXE: AVIÃO

PEIXE : AVIÃO ANUNCIAM NOVO DISCO

2010 será o ano de edição do segundo álbum de originais dos bracarenses PEIXE : AVIÃO, intitulado "Madrugada".

O sucessor do aclamado "40.02" foi gravado e co-produzido nos estúdios Valentim de Carvalho por Nélson Carvalho, culminando uma colaboração que se iniciou em Abril de 2009. O primeiro single será revelado ainda antes do Verão, enquanto que a saída do álbum está confirmada para Setembro.

"Gravámos 14 temas e estamos no processo de finalização de misturas e selecção do alinhamento", explica Ronaldo Fonseca.

No âmbito da preparação do lançamento de "Madrugada", a banda apostará uma interacção sólida com a sua crescente comunidade de apoiantes através das plataformas Facebook, Myspace e Twitter. Exemplo disso foi a revelação de letras de alguns dos temas nos últimos dias. Estratégias semelhantes continuarão a ser promovidas até ao lançamento do disco. O seu blogue no site da Antena 3 revela ainda aos fãs como foi o processo de gravação de "Madrugada", partilhando fotos e videos das sessões nos estúdios da Valentim de Carvalho.

Prometem-nos um disco grandioso, com alguns convidados especiais que permanecem, por agora, em segredo. "Madrugada" será, sem dúvida, um dos discos nacionais mais ansiosamente aguardados este ano.

www.facebook.com/pages/peixe-aviao/57870476638
www.myspace.com/peixeaviao
www.peixeaviao.tumblr.com
www.twitter.com/peixeaviao

PEIXE: AVIÃO single

PEIXE:AVIÃO
SINGLE “NO JOGO DA QUIMERA”

Formada no verão de 2007, período durante o qual gravaram também o seu primeiro trabalho, o EP "finjo a fazer de conta feito peixe : avião", a banda de Braga conseguiu captar rapidamente a atenção de um público considerável para um projecto estreante, através da internet, no myspace e nos seus primeiros concertos. A celeridade do crescimento levou também ao convite para integrar a colectânea "Novos Talentos FNAC 2008".

Do sucesso inicial, surgiu a possibilidade de gravar o primeiro álbum de longa duração, duração essa que veio a ser o próprio nome do disco. Em 2008 e 2009, "40.02" permitiu à banda continuar a crescer e conseguir mais visibilidade, através da passagem dos singles "a espera é um arame" e "camaleão" pelas rádio nacionais e de concertos por todo o país, entre os quais o Festival Super Bock em Stock 2008 e o 10º aniversário da FNAC em Portugal, no Pavilhão Atlântico. "40.02" foi também um sucesso junto da crítica, tendo figurado nas várias listas de melhores discos do ano. Foi considerado o disco do ano para a RUC, RUM e o 5º disco de 2008 para os leitores da revista Blitz.

"No Jogo da Quimera" é o primeiro single do segundo álbum de originais dos peixe : avião, intitulado "Madrugada". O tema será revelado a 17 de Maio de 2010, dia em que estará também disponível para download gratuito no novo site da banda em www.peixeaviao.com.

O sucessor de"40.02" foi gravado e co-produzido nos estúdios Valentim de Carvalho por Nélson Carvalho, culminando uma colaboração que se iniciou em Abril de 2009. O disco chegará às lojas em Setembro do presente ano.

www.peixeaviao.com
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Promoção: Raquel Lains para a Let’s Start A Fire | raquellains@netcabo.pt | 91 722 1731